Pesquisa da Fiocruz mostra ví­rus da zika em glândula salivar do pernilongo

03/03/2016

A facilidade de disseminação do vírus da zika em mosquitos culex contaminados em laboratório foi confirmada nesta quarta-feira (2) pela pesquisadora Constância Ayres, do projeto de vetores da instituição Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco. “Isso significa que, em laboratório, o vírus conseguiu escapar de algumas barreiras no mosquito e chegou à glândula salivar”, explica a pesquisadora. O culex é o mosquito comum, popularmente conhecido como muriçoca ou pernilongo.


Durante o segundo dia do workshop A, B, C, D, E do vírus Zika, realizado no Recife, a bióloga apresentou os resultados preliminares da investigação que mostram a disseminação do vírus para a glândula salivar do mosquito, sistema pelo qual aconteceria a transmissão da doença para humanos.

Após realizar três infecções em cerca de 200 mosquitos culex (as duas primeiras em dezembro do ano passado e a terceira em fevereiro), a pesquisa mostra a competência vetorial do pernilongo em laboratório.

Os resultados da pesquisa ainda são parciais, pois ainda não é possível afirmar se o pernilongo é do mesmo sistema capaz de transmitir o vírus da zika para as pessoas. “Para concluir isso, falta identificar em campo a espécie de mosquito infectada com o vírus da zika”, ressalta a bióloga.

O que os pesquisadores sabem é que é preciso avançar nos estudos e checar se os mosquitos comuns, encontrados nas áreas onde o vírus circula, estão contaminados. De acordo com Constância Ayres, a próxima etapa da investigação consiste em analisar o material de campo que está sendo coletado.

“Nas casas e onde acontecem registros de caso de zika estão sendo coletados mosquitos das duas espécies (Aedes aegypti e culex). Trazemos esse material para o sistema do laboratório e fazemos os testes moleculares para detectar o vírus nessas espécies. Tendo realizada uma grande quantidade de amostras, poderemos ter uma ideia se o Aedes é o vetor exclusivo, se existem outros vetores e qual a importância de cada um no papel da transmissão”, afirma.
Serão necessários de 6 a 8 meses para a pesquisa chegar a uma conclusão. “Ainda vai levar um tempo para termos o resultado final. O ideal é analisar o maior número possível de mosquitos, em torno de 10 mil, para ter uma ideia da dispersão, comparar diferentes bairros e ver se coincide com os casos da doença de zika e microcefalia”, finalizou.

Fonte: G1

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Em campanha contra Aedes aegypti, militares visitam sistema de escolas públicas

Os militares, que começaram no último sábado uma intensa campanha de combate aos criadouros do Aedes aegypti, que transmite a dengue, o zika e a chicungunha, foram nesta quarta-feira a escolas públicas para fazer palestras de conscientização.

 

Nas visitas, nas quais os soldados conversaram principalmente com estudantes do ensino médio e dos últimos anos do ensino fundamental, eles procuram informar sobre a necessidade de colaborar no combate ao mosquito.

 

Só no Rio de Janeiro os militares pretendem visitar 502 escolas públicas até a próxima sexta-feira. Esta fase foi iniciada pelos fuzileiros da Marinha na Baixada Fluminense.

 

De acordo com o comandante da Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti, Jorge Luiz Cordeiro das Neves, a ideia agora é atingir os estudantes, devido a seu potencial multiplicador das informações tanto em casa quanto nas redes sociais.

 

"Consideramos que estamos em uma etapa muito importante deste processo de combate ao mosquito, que é a conscientização desses meninos. Contamos com militares treinados para repassar os conhecimentos de forma simples e direta para eles", afirmou.

 

Segundo ele, "a mensagem poderá ser levada para dentro das casas e mais pessoas saberão da importância de o mosquito ser eliminado".

 

Esta é a quarta etapa da campanha iniciada pelos militares para combater o Aedes aegypti e que mobiliza cerca de 200 mil homens das Forças Armadas. Sob o lema "Zika Zero", o objetivo é inspecionar 3 milhões de residências em 350 cidades do Brasil.